23.1.13

Por isso é que sou dos Açores

"Haverá vida na cidade? Que vida? Aquela em que tempo, espaço e segurança são recursos escassos, que consumimos das maneiras mais extraordinárias? Encarcerados nas filas de trânsito enquanto vamos respirando o ar irrespirável? Procurando incessantemente um lugar, que pagamos a preço de ouro, para estacionar o carro? Esperando numa fila interminável para aceder a um serviço público ou a um restaurante da moda? Tentando proteger-nos de assaltos que acabam por acontecer e ainda agradecemos, no final, caso dispensem a violência? E assim, meditando, começo a descer a escada imunda que me conduz ao túnel onde deixo de ver a luz do dia."

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