A terça-feira é melhor que a segunda-feira. Está mais perto da sexta-feira. Mas é pior do que a quarta-feira, que está ainda mais perto da sexta-feira. A quinta-feira, por sua vez, é estimulante, por quase que conseguimos ver a sexta-mas não vemos. Um pouco como lingerie. Deixa à imaginação. A sexta-feira, como já perceberam, é a minha favorita. Chega ao fim do dia e conseguimos desligar o botão. E fazer tudo com mais calma, sem pressas, sem relógios. E depois vem o sábado. Não, espera. O sábado é que é o que eu gosto mais. Desculpa sexta-feira. O sábado permite-me sair da cama à hora que eu bem entender. E fazer tudo o que eu bem entender à hora que eu bem entender. É, o sábado é que é. Menos de ressaca. Mas mesmo de ressaca gosto muito dele. Depois vem o domingo. O domingo é aquela agonia. Sabe bem acordar a qualquer hora (nesse aspeto é muito como o sábado, faz lembrar, chamar-lhe-ia o irmão mais velho do sábado, porque tem grandes regalias mas é mais responsável - no dia seguinte trabalha-se). Depois do almoço de domingo, que pode ser a qualquer hora entre o meio dia e as três da tarde - as quinze horas, começa o zumzum cá dentro. Ah e tal, amanhã trabalha-se, mas caga nisso, vamos aproveitar o dia. E o tempo passa, e à hora de jantar entra em cena a depressão pós-fim-de-semana, quase uma depressão pós-parto, porque por mais que se faça, sentimos sempre que não fizemos o que queríamos. Ou então fizemos demais e estamos cansados, e o que queríamos mesmo era descansar. Moral da história - ninguém sai satisfeito a 100% dos fins-de-semana. E depois entra a segunda. Que é "só" o dia mais depressivo da história da humanidade. Há povos por aí que têm calendários diferentes, e não têm segundas. Eles é que são espertos. Mas pronto, alguma vez têm que trabalhar. E esse dia é inevitavelmente o dia mais depressivo para eles. A não ser que gostem muito de trabalhar. Eu não conheço ninguém assim, dessa cultura que adora as segundas. Nunca ninguém, na história da humanidade, disse "Que bom, segunda-feira, parece que nunca mais chegava!" a não ser que entre de férias nesse bendito dia. É assim que se escreve muito sobre nada.
Em jeito de conclusão, vai uma imagem bonita. Se eu pedir um dia bonito no sábado é pedir muito? Tenho coisas para fazer, passeios para dar, fotos para tirar, cafés para tomar. Correção: "Temos!" (menos café, que tu não tomas café. Mas podes beber o que te apetecer. Ou bebemos os dois uma cervejinha.)

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