Quando era miúdo queria saber andar de bicicleta. Como os outros miúdos, claro. Fartei-me de chatear o meu pai, e ele finalmente lá me comprou uma bicicleta. Pedi-lhe que me ensinasse. Ele sentava-se, aos fins-de-semana (pelo menos ao Domingo era certo, por causa do Expresso) à porta de casa a ler o jornal, enquanto eu me tentava equilibrar naquele mini meio de transporte, que tinha quatro rodas, mais tarde teve três e, finalmente, chegou às duas. Aprendi ali, sob a supervisão dele, mas com pouca interferência. Aprendi por mim. Acho que posso afirmar que foi das primeiras coisas que fiz por mim, e tanto orgulho meu deu na altura. Mas fiz com ele. Deu-me os meios, não me deu os resultados. E este modus operandi mantém-se até hoje. Vejo-o sempre (quando ajudava a minha irmã na Universidade) a fornecer as ferramentas. A verdade é que, nos "bastidores", ele até já tinha os resultados. Mas o que me (nos) queria ensinar não era a andar de bicicleta (ou qualquer outra coisa). Era a ser(mos) desenrascado(s). A ir atrás do que queremos. A lutar. E ensinou.
E isto é só um exemplo. Porque o que aprendi foi tudo como andar de bicicleta. Não se esquece.
Parabéns Pai!
E obrigado!
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