Maneiras que prontes

É cansativo ouvir notícias na rádio logo de manhã. Começo o dia logo em baixo. Só ouvimos falar em incêndios, acidentes, ataques na Síria, atentados não sei onde, and so on and so on. A notícia boa não vende, é um facto. As pessoas querem sangue, gostam de pensar "coitado, está pior do que eu". É certo que, numa altura de dificuldades, é bom relembrar que se podia estar pior. Mas também julgo que notícias positivas poderiam ter um impacto positivo. Entramos agora no campo da psicologia. E hoje não me apetece, que o tempo está estranho. Está o capacete nubloso por cima da ilha, aquele frustrante, porque quando olhamos para o horizonte, o céu está azul. Mas na ilha está cinzento. Mar, azul. Ilha, cinzento.

Amanhã quero ir passar a noite à volta da fogueira. E tudo o que isto implica, desde vinho, música, petiscos e areia na boca. É pedir demais? Na realidade eu até acrescentava mais uma coisa. Que não acho que seja pedir demais, é um facto. Mas cada coisa no seu lugar, cada coisa a seu tempo, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, e tipo cenas assim.

Tenho uma visita de estudo hoje e não me apetece nada. Estou assim, apático, sem vontade. Parece-me tudo tão repetitivo e sem sentido. São altos e baixos, este emprego. Que é um bom emprego, atenção. Permite-me escrever isto aqui, logo de manhã, por exemplo. E permite-me ter dinheiro na conta. Ora aí estão dois pontos a favor. Mas É SEXTA FEIRA! De modes que já sei como é que isto acaba:  A ver a luz do dia e a pensar "já?". Sim, já. Estás a beber há 8 horas, minha grande besta! Isto é o que eu digo a mim próprio enquanto vou cambaleando para casa, fingindo estar sóbrio e a dar a minha caminhada matinal, qual rapaz saudável e madrugador! E é lindo quando se encontra alguém no mesmo estado. Gosto mesmo de festa!

"Há vitórias que exaltam, outras que corrompem; derrotas que matam, outras que despertam." Antoine de Saint-Exupéry. Um senhor.

Fim-de-semana, sê meiguinho e não tenhas pressa.