A meu ver, há duas reacções possíveis:
1) Ficar todo tolo, "enjoy the ride", tirar o maior proveito;
2) Ficar com o receio recorrente de que nos tirem o tapete de baixo dos pés. Esta sim, uma constante.
É verdade o que nos dizem, de que as melhores coisas acontecem quando não estamos à espera. Mas não será despropositado e arriscado até (aqui entra o nosso instinto de auto-preservação) atirarmo-nos de cabeça para as situações sem avaliarmos as consequências e riscos? Talvez. Mas isso é o que chamam de "calculismo". Acho que é isso. E jogar à defensiva também nos pode trazer dissabores.
Em jeito de conclusão, não há conclusão possível. Cada caso é um caso, e a verdade é que pode sempre tudo dar certo ou errado. A vida tem este jeito engraçado de nos trocar os planos todos quando não era suposto. Aí, já entramos noutro campo. O de fazer planos. Eu gosto de fazer planos, mesmo sabendo que, na sua grande maioria, não se vão concretizar. Mas gosto de sentir que estou a controlar. Embora não esteja, muitas vezes. É uma ilusão que nos proporciona algum sentimento de conforto - fictício, é certo, mas que nos faz levar as coisas com tranquilidade, nas palavras do senhor Paulo Bento.
O que se pode fazer é tapar o nariz e mergulhar. E havemos de vir à superfície e inspirar com força e dizer "'tá-se bem aqui, na zona de conforto." O choque térmico pode pôr-nos a cabeça no lugar, como quem nos tira de uma ressaca. E enquanto estamos lá em baixo, nada nos atinge, nem o som. Silêncio refrescante e revigorante. A zona de conforto.
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